sexta-feira, 26 de março de 2010

ENCONTRO DO DIA 25.03.2010 - Prof. Dr. Maurício Abdalla

Olá,

Em continuidade aos trabalhos do curso, e na sequência do nosso cronograma, ontem tivemos a presença (25.03.2010) e o privilégio de assistir à brilhante intervenção do Prof. Dr. Maurício Abdalla Guerrieri, que abordou elementos da filosofia de F. Hegel, uma das principais fontes da filosofia marxiana (de Marx).
  • TEXTOS SOBRE HEGEL

A Filosofia de Hegel

  
Ronie Silveira

Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em Stuttgart na Alemanha em 27 de agosto de 1770 e faleceu em Berlin em 1830. Em 1788 entrou para um seminário de teologia protestante em Tübingen. Nesse seminário travou amizade com Schelling e Hölderlin. Em 1793 Hegel renunciou à profissão de pastor e até 1796 trabalhou como preceptor em Berna, na Suíça. Depois disso, mudou-se para Frankfurt onde permaneceu até 1800 - ainda como preceptor. Em 1801 ingressou como livre-docente da Universidade de Jena e em 1816 foi nomeado professor na Universidade de Heildeberg. Em 1818 transferiu-se para a Universidade de Berlim da qual se tornou reitor em 1829.

O objetivo que impulsionou originalmente a Filosofia de Hegel foi a reconstituição de um ideal cristalizado na imagem da Grécia Antiga. Esse ideal personificava a busca da liberdade. Não a liberdade subjetiva e privada como nós a entendemos hoje. O que esse ideal personificava era uma noção de liberdade completa sem a presença da alteridade e da diferença. Uma liberdade, portanto, que pelas suas próprias características implicava uma consumação ligada ao infinito: sua realização deveria eliminar toda espécie de separação entre as dimensões da vida. Assim, em contraposição a um presente caracterizado pela cisão entre governados e governantes, entre Deus e os homens e entre Política e Religião, a Grécia Antiga representava, para Hegel e muitos de sua geração, um ideal de harmonia e de identidade entre esses vários aspectos. Liberdade, então significava uma vida plena ou o reestabelecimento da juventude perdida da civilização ocidental.

Entretanto, o amadurecimento do pensamento de Hegel conduziu-o a uma posição diferente e antagônica com relação à restauração do mundo grego. A noção de retorno cedeu terreno ao reconhecimento da riqueza e da peculiaridade do presente histórico. Também tornou-se evidente a precariedade da liberdade antiga. Mesmo abandonando a busca pela restauração da Grécia Antiga, o objetivo da liberdade ou da vida plena permaneceu orientando a Filosofia de Hegel em sua formulação definitiva.
Se queremos eliminar toda a exclusão, devemos iniciar por aquela que está presente no modo como o conhecimento ocorre. Assim, o que sei é algo que sei de outra coisa, de algo real. Então, o que sei não é a própria realidade, mas um saber relativo a ela. Todo saber está, portanto, fora do ser. Quando conhecemos produzimos uma alienação, uma diferença entre o saber e o ser. Se entendermos o conhecimento dessa maneira, fazemos proliferar essa diferença e essa alienação. A necessidade de eliminação dessa alienação levou Hegel a formular uma noção muito peculiar de conhecimento. O motivo que leva o conhecimento a se constituir como um saber fora do ser é a consciência. É porque a consciência não é o objeto do conhecimento que sua apreensão do ser produz outra coisa que não o próprio ser. Mesmo quando a consciência reflete sobre si mesma, ela se toma como se fosse outra e, portanto, seu saber sobre si mesma ainda é um saber diferente do que ela é. Mas Hegel não proporá que eliminemos a consciência para evitar a alienação. Isso significaria afirmar que o verdadeiro conhecimento deve ser operado por outras modalidades que não aquelas próprias da consciência – como o sentimento ou a emoção, por exemplo. Hegel não cai nessa armadilha da irracionalidade. Ele afirmará que a consciência deve ser conduzida a um estágio no qual não haja mais a alienação – mas isso deve ser produto do esforço da consciência e não sua negação.
Esse processo pelo qual a consciência parte de um hipotético estado bruto e chega a identificar o saber com o ser é descrito por Hegel na Fenomenologia do Espírito. O saber absoluto é um saber de si, isto é, ele é um conhecimento que não produz um saber exterior àquilo que é conhecido. Para que isso possa ocorrer, o conhecimento não pode ser diferente da realidade ou o contrário: o modo como as coisas são é o mesmo modo pelo qual elas são conhecidas. Mas isso obviamente é muito diferente do conhecimento empírico com o qual estamos habituados a lidar no nosso cotidiano.


A TEORIA CRÍTICA VAI AO CINEMA



LOUREIRO, Robson & ZUIN, Antônio Álvaro Soares (Orgs.)

 
Publicação: 2010
Páginas: 233
Acessar: http://www.secretariadecultura.ufes.br/editora_catalogo.php?id_menu=47






INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO EM TEMPOS "PÓS-MODERNOS"



Autores: Robson Loureiro/Sandra S. Della Fonte;
Editora: Papirus Editora Edição: 01
Área: Educação
Coleção: Papirus educação Código: 978853080713 ISBN: 85-308-0713-8
Lançamento: 30/05/2003
Ano 1ª Edição: 2003
Acabamento: Colado e costurado
Encadernação: brochura
Nº Páginas: 112 Orelha: Sim
Público Alvo: Acadêmicos do campo das Ciências Humanas, Filosofia e Artes

  • Sinopse

Quando se tenta caracterizar a sociedade contemporânea, geralmente se recorre ao termo "pós-moderno". Estamos vivendo em uma era de acelerado desenvolvimento tecnológico, em que a máquina perdeu seu lugar de destaque para a informação. Jogos eletrônicos, programas televisivos, vídeos e Internet passaram a fazer parte de nosso cotidiano, disseminando idéias, conhecimentos, hábitos, juízos éticos e estéticos que influenciam nossa maneira de ver e de lidar com a realidade. Nesse livro, os autores refletem sobre os desafios enfrentados pela educação escolar nesse cenário. Inserida na lógica da indústria cultural, a produção imagética acaba por transmitir valores vinculados ao consumo. Uma leitura crítica da imagem implica a decodificação dos interesses sociais nela presentes e a possibilidade de outras leituras, de interpretações variadas. Dentro dos limites que enfrenta e das contradições sociais existentes, a escola deve participar do esforço de formação de cidadãos críticos, conscientes, na contracorrente das forças de mercantilização da cultura e da vida.

  • Sumário
INTRODUÇÃO


1. EDUCAÇÃO EM "TEMPO PÓS-MODERNO": QUE TEMPO É ESSE?


O discurso pós-moderno na educação
Sobre o conceito de pós-modernidade
Pós-modernidade: O mal-estar na modernidade


2. O PAPEL PEDAGÓGICO DOS MEDIA IMAGÉTICO-ELETRÔNICOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA


A mundialização da imagem
A fetichização da mídia imagético-eletrônica
Mídia imagético-eletrônica: O fetiche da imagem e a pseudo-democracia ocidental
Os monopólios televisivos no Brasil


3. INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO: ENTRE A FORMAÇÃO E A SEMIFORMAÇÃO


Indústria cultural: Rastreando o conceito
Os pequenos cidadãos-clientes
Pokemon: O filme
Indústria cultural e a lógica do mercado: Consumo, logo existo!
Crítica à passividade total: O espectador e a indústria cultural

4. INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO: É POSSÍVEL UMA EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS?

Os sentidos humanos: Rumo a uma educação estética
Estética e a "era da imagem"
Cinema e a "educação do olhar"
Notas sobre o cinema na teoria crítica
Educação escolar e lazer

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS